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Ludmila Ulitskaya, Sónetchka, Campo das Letras, Porto, 2007 (traduzido do russo por Saodat Sayberdieva e Maria Hermínia Brandão).
ePré-publicação:
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"Há muitos anos que considerava a escrita como um sacramento: tinha Pávlov em conta de escritor de segunda, Pavsáni e Paláma, de qualquer modo, de autores iguais em mérito – isto com base no facto de estarem localizados na mesma página da enciclopédia. Sem a ajuda de ninguém, aprendera com os anos a distinguir, num oceano de livros enormes, as ondas grandes das pequenas, e as pequenas da espuma da praia – que enchia quase por inteiro os armários ascéticos da secção de literatura contemporânea.
Tendo trabalhado alguns anos enclausurada como uma monja no arquivo da biblioteca, Sónetchka acabou por ceder à persuasão da sua chefe" (...) "e decidiu-se a entrar para a universidade, para o departamento de filologia russa. E começara a preparar o programa, vasto e absurdo, e estava quase a fazer os exames quando de repente tudo se desmoronou, tudo se alterou de um momento para o outro: começou a guerra.
Isto foi provavelmente o primeiro acontecimento da sua vida que a precipitou para fora do estado nebuloso de leitura infindável em que se encontrava. Juntamente com o pai, naqueles anos a trabalhar numa oficina de instrumentos de precisão, foi evacuada para Sverdlóvsk, onde rapidamente se encontrou num domicílio seguro – uma biblioteca, numa cave…"
e"Há muitos anos que considerava a escrita como um sacramento: tinha Pávlov em conta de escritor de segunda, Pavsáni e Paláma, de qualquer modo, de autores iguais em mérito – isto com base no facto de estarem localizados na mesma página da enciclopédia. Sem a ajuda de ninguém, aprendera com os anos a distinguir, num oceano de livros enormes, as ondas grandes das pequenas, e as pequenas da espuma da praia – que enchia quase por inteiro os armários ascéticos da secção de literatura contemporânea.
Tendo trabalhado alguns anos enclausurada como uma monja no arquivo da biblioteca, Sónetchka acabou por ceder à persuasão da sua chefe" (...) "e decidiu-se a entrar para a universidade, para o departamento de filologia russa. E começara a preparar o programa, vasto e absurdo, e estava quase a fazer os exames quando de repente tudo se desmoronou, tudo se alterou de um momento para o outro: começou a guerra.
Isto foi provavelmente o primeiro acontecimento da sua vida que a precipitou para fora do estado nebuloso de leitura infindável em que se encontrava. Juntamente com o pai, naqueles anos a trabalhar numa oficina de instrumentos de precisão, foi evacuada para Sverdlóvsk, onde rapidamente se encontrou num domicílio seguro – uma biblioteca, numa cave…"
Actualização das editoras que integram o projecto de pré-publicações do Miniscente: A Esfera das Letras, Antígona, Ariadne, Bizâncio, Campo das Letras, Colibri, Gradiva, Guerra e Paz, Livro do Dia, Magna Editora, Magnólia, Mareantes, Publicações Europa-América, Quasi, Presença, Sextante Editora e Vercial.