quarta-feira, 23 de maio de 2007

Escavações Contemporâneas - 15


LC
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O sorriso do arquivo no tempo da rede
(hoje: Viriato Soromenho Maques)
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ROUBAR A ALMA*
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O véu da violência sexual tem muitas cores. Começa, lentamente, a ser destapado. Em Portugal e no resto do mundo. Da violência doméstica aos escândalos de pedofilia em instituições tão respeitáveis como a Igreja Católica norte-americana.
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Para onde quer que nos voltemos nesse arco-íris da ignomínia é difícil não sentir sempre asco e repugnância. O velho preconceito do «entre marido e mulher não metas tu a colher», quebrou-se, e o espectáculo da «paz familiar» esconde, muitas vezes, um cenário de prepotência e terror.
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Mas o pior de tudo é o abuso sexual sobre crianças e adolescentes. Uma jovem, violada aos 17 anos, dizia para a televisão que duas semanas após a violação tentara o suicídio. Só depois dessa frustada tentativa fora capaz de denunciar o criminoso. Mas, um ano depois, confessava, com voz embargada, que todos os seus sonhos se tinham desfeito para sempre.
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Como se pode compensar alguém que aos 18 anos já não tem sonhos? Como se pode punir alguém que rouba a alma e a esperança a uma criança ou a um adolescente? O nosso Código Penal não é, certamente, o lugar onde encontraremos respostas para estas perguntas.
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*19/04/02
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Segundas - João Pereira Coutinho
Terças - Fernando Ilharco
Quartas - Viriato Soromenho Marques
Quintas - Bragança de Miranda
Sextas - Paulo Tunhas
Sábados – António Quadros (António M. Ferro, Org.)