terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Trabalho de Provedor

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Vale a pena ler a intervenção de Rui Araújo, Provedor dos Leitores do Público do passado Domingo, O OITO E O OITENTA. O que está em causa é o modo dogmático e por vezes ideológico com que os jornalistas visados, sobretudo Catarina Gomes, argumentam. O leitor que suscita o debate assina como "Alberto Magalhães, um leitor de Nossa Senhora de Machede" e acrescenta, depois, que o tema da "igualdade de género" é um dos seus "divertimentos". Claro que é ironia e que os jornalistas visados pela crítica acabaram por morder a isca, libertando aqui e ali alguma arrogância (Alberto Magalhães - posso revelá-lo com autorização sua - é psicólogo clínico, exerce há trinta anos e é Mestre em sexologia). Diga-se que os reparos de Rui Araújo são dignos de nota. Sublinho esta parte: "O provedor considera, por outro lado, que os conceitos de Progresso são discutíveis. 66% de mulheres na universidade é um sinal de progresso? Os casamentos homossexuais são um sinal de progresso? A diminuição dos casamentos é um sinal de progresso? O aumento do número de filhos nascidos fora do casamento é um sinal de progresso? O que é o Progresso? E de acordo com estes critérios onde se situaria o Progresso absoluto? A única constatação a que o provedor chega é que a instituição Família está a sofrer uma profunda mutação."
Há discussões interessantes e sobretudo construtivas que têm tendência a desaparecer no meio do ruído. Espero que não seja o caso. Os blogues que mais vocação têm para lidar com as virtudes e as vertigens dos media não deviam deixar passar em claro este debate.