r
Ao longo de uma semana discorri aqui em torno da ideia do "tom" da blogosfera. Para além de outras contaminações, que podem ser lidas e recuperadas nos posts de baixo, parece-me claro que a expressão dos blogues é um processo interessante e vivo que está a atravessar a segmentação rígida das expressões e géneros que herdámos dos dois últimos séculos e meio. A maior parte das linguagens, tal como ainda hoje as entendemos (estéticas, sociais, lógicas, etc.), continuam a viver de identidades (e fronteiras) rígidas e abritrariamente codificadas. A blogosfera - e outras formas expressivas que estão a emergir sobretudo na rede - desafia esse fechamento clássico e abre-se à partilha de uma “segunda natureza”, tal como Roy Ascott a caracterizou. Este novo “being-in-common” – a expressão é de Alec McHoul – está a unir e a percorrer o que antes eram fantasmas que se sonhavam uns aos outros em aquários separados. O fenómeno dos blogues está assim a contribuir para um novo sentido de comunidade ‘aterritorial’ e de agenciamento comunicacional. É por isso, também, que a estabilidade do espaço público (incluindo aí a aparente fúria dos média) está, dia a dia, a conhecer novas e, porventura, desejadas turbulências.
e
Aproveito a maré para saudar três blogues aniversariantes que sigo atentamente: o Mar Salgado, o Bandeira ao Vento e o Abrupto (acerca do qual repetiria, palavra a palavra, o que aqui escrevi o ano passado). Além disso - Afonso é Afonso desde o século XII -, já percebi que tenho que mudar o link do Bombyx para o Lugar Comum.