terça-feira, 18 de abril de 2006

"Complexity and Color": acto final

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Último acto: Pulo e Irene pisavam a terra e ao fundo havia árvores e rebanhos. E ao fundo havia ainda o orvalho que os segredava. Razão tinha a Cláudia quando pressagiou um lento e escondido amor por Pulo, o ressuscitado domador da lava.
Acto médio: Voreno pega na faca e a lua em pleno zénite escala ao limbo da mais pura tragédia. Níobe atira-se então da varanda como se fosse um meteorito sem redenção nem palavra: “The boy is blameless”. De repente, voltou de novo a não ser.
Acto único: Servília faz dos olhos de aço a sua própria parada maquiavélica. E assim se urde o mais do que previsível final desta excelente e já saudosa série: César cai no Senado, enquanto Voreno é arredado do seu caminho. Bruto reserva-se para o fim e só não tem a acompanhá-lo as celebradas palavras de Shakespeare. Marco António recua felinamente e Octaviano, ao sair de casa da astuta Servília, nem balbucia. O futuro é ainda uma suave conjura que parece arder muito ao longe.
Acto da alma: Uma coluna ergue-se nas ruas de Roma que aclamam a fúria e a voragem dos que se excedem. Gauleses e belgas piolhosos percorrem a cosmopolis. O pregador-mediador retalha a aragem com o seu gesto encenado. A sedução e o demónio afugentam-se e recobrem a frescura que os une. Os deuses sorrirão.
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Acto de partilha: De hoje a oito dias, inicia-se a "Série V" de Six Feet Under. Foi bom ver o behind the scene (In Memoriam), enquanto esperávamos pelo último episódio de Rome (“Kalends of February”). Tenho a certeza de que a veremos em conjunto.