quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

O mundo da “Cultura” - 5

e
Não há muitas actividades que se encarem a si próprias como se fossem “slogans” a pairar no espaço público.
Mas quando tal acontece, verifica-se que:
(a) são particularmente convidativas por fazerem depender a sua afirmação de calculados artifícios de linguagem;
(b) denotam uma desmedida vontade de vida e transcendência exclusivas (só se responde, de facto, a um ‘slogan’ com um outro ‘slogan’);
(c) dispensam o princípio lógico que passa pela necessidade probatória dos seus actos e mensagens;
(d) baseiam-se na audácia da repetição (ascendendo daí ao purismo do dogma);
(e) dissimulam ou simulam ‘mundos’, por princípio, quando a si se referem;
(f) adequam-se, através de uma indiscutível ética de ‘auto-dignificação’, a recursos, espaços e meios que são geralmente alheios à sua própria exposição e acção.