sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Por Esther Mucznik no Público de hoje

"O lirismo da linguagem não consegue encobrir a parcialidade flagrante dos recentes trabalhos da jornalista Alexandra Lucas Coelho a partir da Cisjordânia. Esta parcialidade assumiu contornos chocantes na sua crónica publicada no passado dia 21, intitulada "Dó de quem?", na qual se entrega a um duvidoso exercício de comparação entre o sofrimento dos habitantes dos colonatos, obrigados a evacuar as suas casas, ao sofrimento dos palestinianos, para evidentemente concluir que o primeiro é irrisório: "Os colonos viveram muitos dias bonitos, nas suas casas bonitas, à beira de praias bonitas"... Alexandra Lucas Coelho pode saber muita coisa, mas o que não sabe com certeza é que nunca se comparam sofrimentos."

Tinha reparado nessas crónicas. E em muitas outras.
Há quem insista em preencher os vazios que advêm da falência de causas oitocentistas através de um anti-semitismo bizarro (o que faz lembrar, nem sempre subtilmente, alguns dos piores momentos vividos no século passado).