sábado, 11 de junho de 2005

Viagem entre cidades desertas

Regresso a casa, regresso à noite das absides iluminadas, regresso ao gladíolo que deu hoje pela primeira vez uma flor branca.
E que mais?
Três breves reparos com os olhos presos ao fim do horizonte:
- Os feriados proporcionam ao país um ar de sublime e apressada mortificação (mas eu adoro as ruas vazias e as palmeiras sedentas da nuvem mais líquida).
- Os feriados consagram o país ao enevoado peso do mutismo e da saudade própria (mas eu adoro percorrer a vacuidade dos discursos, essa imensa paródia que esquece o abismo e a ponderação).
- Os feriados inventam o ócio que atravessa a civilização da crise (nada a que o "arrastão" da Praia de Carcavelos seja alheio).
Santos populares? Sim, sem qualquer moderação.