terça-feira, 28 de junho de 2005

Ainda a propósito

do Six Feet Under de ontem, vem mesmo a calhar este poema de Rui Costa (não, não se mudou do Milan para o Famalicão, é mesmo outro, mas não é pior). Retiro a última estrofe de A Matéria do Ar e deixo-a aqui como homenagem à luminosidade do tédio que ontem tomou conta das imagens:

“Ainda tenho pensamentos mas já não os penso.
Falo como o sono nutre a sua teia e o seu
Veneno. Só os bichos da terra e os que andam
no céu são brancos. E digo:
Acende uma fogueira ao que sobrar do
Mundo.”

(A Nuvem Prateada das Pessoas Graves, Quasi, Famalicão, 2005)