segunda-feira, 2 de maio de 2005

Quotidianos - 2


Uma pessoa vai muito bem a andar na rua e, por razões ponderosas, evita uma outra (ou seja, à maneira bem portuguesa, vira subitamente o rosto para outro ponto cardial e disfarça a orientação do chamado olhar periférico). Depois, continua a calcorrear o passeio e, sem querer, em jeito de incidente, roça com as costas da mão na inesperada rugosidade da parede. Bem feita: é vê-la, uns metros à frente, a andar com um lenço de papel enroladinho no polegar e no indicador para suster o inadvertido fio de sangue. E essa pessoa era eu.