segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

Sulitânia

Fui ontem comer ao restaurante - ou taberna celestial - do blogueador alentejano-moçambicano que soma o dedinho do design à arte do pimentão de carne com cação, ou ao refinado coelho à Bussalfão com alecrim. Não precisei de fazer fé no Fugas do Público ou na Visão para rever neste meu compatriota de escola primária o vastíssimo devir do bom gosto, do risco, do humor, da tradição e, ao mesmo tempo, da volumetria pura das formas. Fica no Vimieiro (a meio caminho entre Arraiolos e Estremoz), chama-se Sulitânia - Casa de comes-e-bebes, é alimentado a branco profundo e à clássica cor de sangue de boi e, nas suas entradas e sobremesas, revê-se, tudo leva a crer, a profunda nostalgia de quem não pode ainda deslocar-se a esta transparência do prazer em plena planície! Olhem que vale a pena, sinceramente. Para confederados, solitários, eternos noivos, ou ainda para simples evasões à procura de mundo ou da mais simples respiração.