segunda-feira, 13 de dezembro de 2004

Rectangulozinho / Gil - Gis

Estou a ler um livro que comprei na passada Sexta-feira, na FNAC do Chiado: Portugal, Hoje: O medo de existir. É do José Gil, mais um (gostei menos das recentes abordagens sobre o Pessoa - que já vinham do fim dos anos oitenta - e gostei bem mais das abordagens da segunda metade da década de noventa sobre os "monstros" e a "imagem-nua", aqui perseguindo o conceito de aura de Benjamin). É a primeira incursão de José Gil nesta área das identidades lusas, tema sempre quente e desejado por quem viveu alguns anos fora do país. Tenho muitas linhas sobre este tema, mas nunca arrisquei a passar da intensidade do borrão a livro. Não é pela quantidade do material acumulado que ainda hesito em publicar; será antes, quem sabe, devido a algum mal estar na minha relação com o próprio tema (destestaria ser misturado com essa coisa a que se chamou - e que se chama ainda - filosofia portuguesa).
Já agora, a título de nota meramente exploratória, reparo já há alguns anos que existem permanentes confusões entre José Gil e Fernando Gil. Advirá a dita do apelido, mas, mesmo assim, a tentação confusionista é imensa. Confesso que já estive diante de alunos e também de fantasmas profundamente meus que são apanhados em flagrante e repetido lapso. Portanto não confundir José Gil com Fernando Gil, o autor do grande Mediações e do já antigo Mimesis e Negação, além de participante (com Paulo Tunhas e Danièle Cohn) num dos livros centrais do ano 2003, e que aqui sublinhei com a vénia mais do que devida: Impasses seguido de Coisas Vistas , Coisas Ouvidas.