segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Está bonita a festa, pá!

O estado moderno só encontrou a sua "plenitude com a aparição de uma nova religião: o nacionalismo". Quem o disse foi Julio Galán, um jovem investigador da Complutense. Não posso estar mais de acordo, até porque nunca fui um nacionalista. Aquilo que a nação veio traduzir, no final de setecentos, não se esvai nem se expande por se ser ou não nacionalista. É irrelevante. Do mesmo modo que as grandes teleologias da esquerda de meados de oitocentos nunca esvaíram nem nunca expandiram aquilo que é o devir social. Eis duas religiões da modernidade: uma conotada com a direita, embora originalmente bastante jacobina: a nação; outra conotada com a esquerda, embora originalmente de direita (a avaliar pela matriz do Leviatã de Hobbes, por exemplo). Confusões interessantes, quais as que se revelam pela boca do imenso povo dos fóruns radiofónicos da manhã que hoje sabiamente analisou o congresso de Barcelos.