quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Pierre, le fou



Nado, abro muito os braços, chego a fundir-me com a água e lembro-me subitamente que posso encontrar a Ofélia, ou, melhor ainda, a Inês que ontem vi dançada pela CNB, com encenação de Olga Roriz. Um segundo quadro plasticamente portentoso apresenta-nos a cena da flagelação e uma outra, erótica e pré-rafaelita, dançada dentro de um lago instalado no palco, encaminha-nos para o Olimpo dos amores perfeitos. Um reencontro com o mito do amor perpétuo, uma água invisível, cativante e catártica. Pedro, o nosso rei da loucura normal.