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Segundo Ana Alves, vivemos "tempos puritanos e alienados". O olhar faz a vista. O pretexto para a afirmação não é tanto Bergman, mas sobretudo o resultado de uma tradução. Já se sabe que traduzir não é uma mera operação linguística, longe disso; é, sim, em primeiro lugar, uma transposição de modelos mentais. E o que é que se transpõe, quando, à nossa volta, todos os sinais permitem deduzir que habitamos uma era puritana e alienada? Spleen, Voyance, paraíso de dandies. Eu adoro o meu tempo.