sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

Intemporalidades

Ontem à noite, durante uma breve insónia, reparei subitamente que não havia energia eléctrica. Era outra vez a noite do mundo, como sempre terá sido. E melhor entendi a estética dos expressionistas, sobretudo dos cinematográficos como Murnau ou Lang, por terem herdado nas suas rupturas como nenhuma outra corrente do pós-Primeira Grande Guerra Mundial este profundo conjuro da grande noite de sempre. Mundo de sombras perpétuas e de áleas subterrâneas, mundo de palavras suspensas e de magias e objectos sem rosto.