domingo, 1 de fevereiro de 2004

Domingos

Amanhã começa o período de escritas. Fevereiro, belo Fevereiro (há anos e anos que é assim)! Hoje, adivinhando ciclos renovados, as árvores serenaram e a terra voltou a sentir de modo pródigo o que a faz em gestação. Um descanso maravilhado. Os Domingos são estes eternos intervalos em que se prefiguram tempos e auscultam respirações profundas, distantes do quotidiano, deambulantes, matéria ofuscada mas tão íntima como a memória. A propósito, ontem voltei a ver a peça White, coreografada pelo Paulo Ribeiro. Ver um espectáculo destes pela segunda vez não é boa sina; o que restava do fascínio tende agora a banalizar-se e o argumento (a esquematização) passa a ocupar, a pouco e pouco, o lugar da pura paixão. Nem sempre é assim, mas ontem voltou a ser. Domingo: era de suspensões.