quinta-feira, 11 de dezembro de 2003

All you need (actualizado)

Agora aqui que ninguém nos ouve, confesso, caro Avatar, que irei, no meu próximo romance, tornar a (minha fantasmática e simpática imagem da) Margarida numa personagem que se encanta com uma história (terrível) que testemunha na sua vizinhança.
Já comecei a escrevinhar. Comecei por colocá-la à janela a olhar para a rua e assim experimentei ouvi-la. Tem voz doce, pensa com rapidez, é ágil, gosta de ritmos certos e tem um apetite energético pela estrelada Bong Girl que sairia da sua teia ficcional para abraçar a radical autonomia de uma escrita colorida. Gosto dela sinceramente e vou continuar a persegui-la na minha imaginação, encerrando-a entre dois triângulos - não amorosos -, dos quais vai ser preciso audácia e inteligência para sair. Acho que tem toda a pinta para o fazer (até estranho, já agora, o radicalismo do nosso Dicionário).
Repito, gosto dela e farto-me de rir com os escritores a sério que com ela se arreliam (é curioso que a tentação de imaginar um tribunal coloca a Margarida, de um só lance, no injusto e pouco recatado banco da ré)
Já agora, isto do romance é mesmo verdade!
P.S. - Hoje, Quinta-feira, aproveitando a ausência de aulas, escrevi mais umas páginas. Já criei uma jovem personagem que se apaixona por um romance da Dália - assim se chama a escritora - de que se dá a conhecer umas sete a oito imaginárias páginas (tudo invenção e tudo passado numa viagem à Grécia). Ah Ah, Uh Uh .