segunda-feira, 10 de novembro de 2003

Tardinha

A tarde a ocultar-se. Nuvens violetas, volumosas, quase barrocas. As copas a resistirem aos ares já frios de Novembro. Um cheiro meio ácido traz-me a presença de fogo de azinho, lareiras solitárias, casas inventadas por dentro no seu solilóquio sem nome. Por fora dos vidros, para além dos cortinados, ainda a grande nuvem a desdobrar-se noutras três como se fossem cabeças inchadas de tamboril, murmúrios mil de algas roliças, vestidos de sete saias ao vento. A tarde a ocultar-se de vez.