Pathos de Outono - 6
O céu abriu e fez-se azul. Quase a prenunciar um São Martinho ainda distante. A terra a rejuvenescer, a semente a entretecer lendas que já poucos ouvem e, ao longe, os cães a ladrar. Ecos de um tempo imemorial que aqui em casa se cruzam com os vincos, os fluxos e as irradiações da rede. O António Variações dizia: entre Braga e Nova Iorque ! E eu digo: entre o limoeiro do quintal e o halo já seco dos fenos e a imensa hiper-realidade !
Sabe bem viver entre o Alentejo e Lisboa, neste eixo íntimo e paroquial, mas, ao mesmo tempo, com a mão nos novos céus globais. A vida em órbita.