sexta-feira, 17 de outubro de 2003

A nitidez do silêncio



Ouço um papagaio ao longe. Estará preso ao ramo da figueira por um fio de seda já a desfazer-se. Entre o mais completo silêncio do fim da tarde, é ele o arauto do único nome que agora consigo reconhecer. É um nome vago que tende para a música, mas que ainda não é sequer som. Eis-me sentado a olhar para o horizonte e a tentar perceber esse quase rumor.