Ainda a literatura e os fluxos
Um leitor devidamente identificado fez-me chegar a seguinte mensagem, em diálogo com o post anterior.
Li as notas sobre a literatura de fluxo, ou fluxos, e só posso concordar com a teoria.
Há algum tempo comprei o livro do Urbano Tavares Rodrigues UTR, intitulado Goodbless América, que aliás me foi recomendado, ou referido por razões que não interessam para aqui, pois bem, só me atrevo a criticar a obra, que devolvi dez minutos depois de adquirida e lida, porque acredito piamente que não foi UTR que a escreveu.
Por quase vinte euros (quatro contos), demasiado para o produto em causa, adquiri, muito bem encadernadas, vinte e poucas páginas de um conto, em letras garrafais, para preencher espaço, com quatro ou cinco fotos que poderiam ter sido tiradas em qualquer canto do mundo árabe e sem a mínima relação com o conto contado.
Lançado na sequência da última guerra no Iraque, deve ter vendido como canja, enchido os cofres da editora até rebentar, e desiludido certamente muita gente.
Para mim foi um fenómeno de sinergia de fluxos que a editora e o autor, que terá acedido a assinar a obra aproveitaram.
Não me julgo à altura de criticar UTR, mas sei, quando provo qualquer coisa, se gosto ou não, e não gostei.
Todo o escritor coloca, mesmo que o não pressinta, a sua marca pessoal naquilo que escreve, é quase como uma impressão digital e, para mim, o polígrafo teria desmentido UTR
Posso não ter qualquer razão, mas não deixo de ter esta impressão. A culpa, essa só a posso atribuir a UTR, pois outras obras Dele me levaram a identificar o odor, melhor, a fragrância da sua escrita, e nesta obra esse misterioso perfume estava ausente.
Felizmente para mim que aceitaram trocar esse livro por um outro, que me satisfez e cuja autora não me desiludiu.
Quanto à obra que critico, foi um fluxo que lhe deu...
Não farei grandes comentários, embora, por mero acaso, e em conversa informal, tenha sabido pelo próprio UTR que andava a escrever o conto em questão.