quarta-feira, 13 de agosto de 2003

Ver. Estar em vez da montagem. Puxar a corda e fazer dela uma história. Um novelo de cenas. Um drama. Ver. Passar por dentro das coisas e domar a retina. Calar em vez de ver. Calar como tortura consentida. E depois esquecer a montagem e repetir o repetido. Puxar a corda, a história, o drama. Ver sem os olhos. Mais não ver do que o simples efeito criado pelas mãos. Paisagem sem vista, estrela subterrânea, escritura, dogma. Ver com a paisagem, significar o telos. Sorrir, afinal.

Irei sair uns dias, mas deixo para debate a seguinte questão, relacionada com o texto de hoje sobre literatura e blogues, - poderá existir alguma relação entre as tendências da ficção literária contemporânea e a emergência dos blogues?