segunda-feira, 11 de agosto de 2003



A rebentação do mar é distante desta escrita. Neste mpomemnto, é-o. Mas, ao longe, no horizonte da planície, há sempre um mastro que se move. E o que esse mastro imaginário parece querer dizer não pertence a este mundo. A trovoada aproxima-se, essa sim, de rosto bem terráqueo. E traz consigo este hábito novo, quase tropical, de, à hora certa, marcar presença, definir silhuetas, impor cores, disparos, luzes e rumorejar sem fim. E contudo, ao longe, o horizonte parece parado, inquieto, voraz. Na quietude do Verão, andam pequenos génios à solta, diatribes que não lembram à harmonia do Leviatã. O suor adensa-se e o fogo, na mata, redime-se de outros males. Sobrará o horizonte, à minha frente, dando mão a uma espécie de pureza adiada, muda e inexplicável. O mar não passa por aqui, mas, ao longe, há, de facto, um ou outro mastro que se move.