quinta-feira, 7 de agosto de 2003

Quarenta e dois graus, nuvens densas, algumas escuras, trovões muito ao longe. De repente, ouço chuva e vou à janela. Chove de facto e as pingas são desmedidas, enormes; de início mornas, depois mais frias. Uma graça. Corro pela rua e deixo que o corpo se molhe. Não me lembro de nada assim. Agora o céu já clareou e o calor regressou ao seu leme, enquanto a aragem continua a atravessar a casa de persianas abertas. O Verão tem esta escrita, este murmúrio inesperado, este sortilégio que se antecipa ao hábito.