quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Jogos com deuses

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Há algo de patológico no caso Fidel Castro. Em Cuba pretende fazer passar-se a ideia de que Fidel continuará vivo para sempre. O jogo cíclico de imagens – ver as de hoje – aponta faraonicamente nesse sentido (adjuvada pela significativa omnipresença do sacerdote Hugo Chaves). Todas as opiniões que vão dando Fidel como presumivelmente à portas da morte são tidas, não como realistas, mas como “reaccionárias” e atentatórias à “segurança” do estado. Um folhetim deste calibre na televisão ainda vá que não vá, divertia. Um folhetim destes a sério, aprisionando pessoas reais à efígie e às regras do “Deus” maior, já é um caso que tende para o monstruoso. É este o nosso mundo, muitas vezes bem mais mitológico do que propriamente objectivável.