sexta-feira, 11 de março de 2005

Pensar Madrid


Le Figaro

Tal como a sida, a meados de oitenta, veio acabar com uma sociedade hedonista que reatava a errância dos sixties associada a um halo pós-moderno, também o hiper-terrorismo de escala (11-S e 11-M) veio acabar com uma sociedade que tinha aliado, nos anos noventa, o optimismo do globário tecnológico à superação positiva da guerra fria.
Sei que algum grau de hipérbole apenas realça a verdade essencial dos factos.
Hoje em dia, o fim do deslumbramento e a nostalgia da felicidade confundem-se com a formação de novos horizontes de compreensão que se estão a formar, a pouco e pouco, visando enfrentar e enquadrar o mundo à nossa volta.
Embora existam factos positivos em relação há um ano, sobretudo no Médio-Oriente, o certo é que lembrar Madrid volta a ser, em 2005, a redescoberta de uma condição fundamental que coincide com a defesa intransigente da liberdade. É essa a única via democrática que existe para obstar à barbárie e à monstruosidade terroristas.