terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

É mesmo verdade

No dia seguinte, vimos ao longe, muito ao longe, uma caravana de mercadores. Era um cortejo lento e de tons claros a disputar as hastes do horizonte, já de si um belo e único prodígio de fôlego. No fundo da tela mais do que irreal, o movimento ondulado dos animais e o esfumar esmiuçado das figuras avançava. Personagens de fumo esbatidas na linha quase translúcida que mal separava o azul amplo do céu e a indefinida limpidez do areal avançavam. E tal como magicamente apareceu assim também se desfez esta visão, no último cabo do olhar com que nos era dada a perspectiva. Ou talvez a ilusão. Ou ainda o sortilégio inexplicável e fino do amanhecer.

(continuo a escrever, já se vê)