terça-feira, 14 de junho de 2011

Revisitação

Jantar de 22/06/2006 (Alcântara)

e

Como já não fazia há mais de três anos, passei hoje por vários blogues. Os mesmos que, entre 2002 e 2008, visitei diariamente (foram estes: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze, quinze e dezasseis – ordem arbitrária, claro). Verifiquei que estão ainda lá todos. E que se recomendam. Tudo se passou como se eu tivesse saído de um mundo – ou de uma cidade – e agora regressasse, hesitante, com aqueles tiques à Pavese que evitam tentações nostálgicas. Mas não as tive, seguramente. Senti na extremidade do olhar – esse estigma que lê e que sabe dar volta às entrelinhas – uma espécie de fio-de-prumo cansado. Algo suspenso no tempo que reataria, por reatar, o que sempre foi. E o que sempre lá esteve. Imaginar agora que a vida nos podia surpreender com mudanças de facto! Como acordar e ver um sol maior, ir dormir e ver duas luas no céu ou blogar e encontrar diamantes em vez de pérolas elementares. Sonhamos, creio eu, porque entendemos a passagem como uma espécie de ‘tempo real’ que miraculosamente substituiria, um dia, o próprio acontecimento final. Enfim, parece que houve eleições em Portugal, não foi? Eu sei, eu sei, disso saberão tudo. Muito mais e melhor do que eu.