terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Cerveja e literatura - 66

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O projecto cervejeiro e literário merece ser reatado no Carnaval. Não por desprimor e muito menos por primor. Antes pela metáfora da espuma que bem traduz esta oscilação ritual com que nos acenamos, ano a ano, de máscara invisível na mão:
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"Glenn agarrou-lhe um braço, passou-o sobre os ombros e arrastou-o inclinado e cambaleante, por um corredor que tresandava a cerveja, até um urinol onde havia urna torneira de água sobranceira a uma pia. Less meteu a cabeça debaixo da torneira e deixou-se ficar. Depois pediu a Glenn para ir buscar uma toalha ao empregado do bar. Alguns minutos depois Less tinha-se recomposto o bastante para cambalear direito à mesa e sentar-se a beber a cerveja. Puxou o cabelo molhado para trás, com os dedos papudos, e alçou a cara, franzida num esforço para encarar Glenn."
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(John dos Passos, Aventuras de um jovem, Editorial Notícias, 1963, Lisboa, pp. 310/311; Participação: Alberto Magalhães)