segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Cerveja e literatura - 38

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Belo tempo, o do marialva. Permitia patilhas, cabelos de ninho estilo Madalena Iglésias e um hardcore tão clandestino quanto invejável. Para além desse fadário, havia risível quanto baste, sinaleiros de luvas brancas e uma vela diáfana ao vento que dava aso a Cardoso Pires para escrever. Da forma única como escrevia:
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“ ‘Bebo contigo/ cerveja, Whisky/ p´ra que se veja/ mais rubra a crista’ – o marialva que Alexandre O´Neill ridiculariza assim tem a ‘cor local’ a defendê-lo das raras investidas deste género que se lhe dirigem. Dispõe de privilégios, é bom lembrar. Tem mitos, clima saudosista, poetas que o cantam, e não lhe faltam os cronistas do quotidiano – uns para exaltar as fraquezas da mulher, outros a coragem do macho (…)”
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(José Cardoso Pires, Cartilha do Marialva, Ulisseia, Lisboa, 1960, p. 175)