sábado, 28 de julho de 2007

Simão

e
Cresci com uma outra ideia de equipa. Nos anos sessenta, quer o Benfica quer o Lusitano de Évora (mes deux amours) tinham equipas estáveis e fixas que sabiam resistir ao vertiginoso nomadismo dos defesos. Muitas vezes, a palavra utilizada para significar "equipa" era a palavra "linha" - li outro dia um postal que escrevi ao meu pai, em 1967, onde se repetia essa palavra - e das nossas "linhas" esperávamos, ano após ano, os mesmos rostos míticos, as mesmas vitórias e os mesmos propósitos de glória. Enfim, esse horizonte estável corresponde, hoje em dia, a uma ideia que se projecta, no máximo, em ciclos de três anos. Simão duplicou essa meta no Benfica e tenho a certeza de que continuará a ser um símbolo das muitas tardes e noites com que a equipa se refez de tempos (excepcionalmente) difíceis. E a esquecer. Por isso, o Miniscente dedica uma caña gelada ao ex-jogador do Glorioso e espera ainda revê-lo no Olimpo da Luz.