sábado, 30 de junho de 2007

Escavações Contemporâneas - 35


LC
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O sorriso do arquivo no tempo da rede
(hoje: António Quadros - António M. Ferro, Org.)
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O futuro da cidade*
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"(…) o retrato psicológico e psicográfico de Lisboa não ficaria completo sem um aprofundamento da arquitectura que, em Lisboa, mais perfeitamente assume a verdade portuguesa, a dimensão da natureza. Ela é como que o coroamento ou a culminância de uma vivência que, quanto a mim, está espelhada e espalhada em toda a cidade. Depois da arte do barroco atlântico, os lisboetas foram fiéis e infiéis a esse seu sentido primordial da história e da arte. Fiéis nos jardins, nos miradouros, nos azulejos, nos arabescos, nos mosaicos, na policromia das casas, em muitas das manifestações barrocas dos séculos XVII e XVIII, igrejas, palácios, conjuntos urbanísticos. Infiéis quando abdicam da sua especifica via de ligação à verdade, quando copiam, imitam, decalcam os modelos estrangeiros. No momento actual, a situação está mais próxima da infidelidade. O urbanismo e arquitectura de hoje em Portugal não souberam conciliar a modernidade com a tradição e aproveitam a conciliação alheia. Toda a arte é sempre um compromisso entre o que é próprio do espaço e o que é próprio do tempo. Ora o tempo não é homogéneo porque é interpretado pelo espaço. (…) Ao copiarem os modelos estrangeiros os nossos urbanistas e arquitectos não estão a ser verdadeiramente modernos e ecuménicos, estão apenas a proceder a uma transplantação artificial, que não deixará de estiolar. Nessas ruas, nessas casas, nessas repartições públicas, nessas igrejas em que a concepção não parte da verdade íntima da Pátria, como autêntico acto de criação, como gestação e nascimento do filho, o espírito dos homens estiola e, se não morre, imobiliza-se como uma figura glacial e inerte."
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*“O Enigma de Lisboa”
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Segundas - João Pereira Coutinho
Terças - Fernando Ilharco
Quartas - Viriato Soromenho Marques
Sextas - Paulo Tunhas
Sábados – António Quadros (António M. Ferro, Org.)