quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Retrovisor - 6


AFA
r
Extractos de posts que dão conta do olhar (prevenido ou desprevenido) do blogger sempre que contempla pelo retrovisor a paisagem da blogosfera
r
A escrita gasta-se? Suponho que sim. Tenho escrito tanto e sobre coisas tão diferentes que, no fim, não sobra nada que possa ser usado aqui.”
Manuel Jorge Marmelo/Tatarana (4/10/06)
e
Ficha Técnica
Qualidade da vista: Clara com nuvens altas. Algum cansaço nos olhos.
Estado da viajante: Particularmente prevenido.
Tipo de espelho: Côncavo, centrado, mas não narcisista.
Tom (linguagem vs. rede): Mais lento do que Adagio (sem grande pathos).
Outras impressões: Ora aqui está um caso que me é familiar. Trata-se de uma vista soberba que é, ao mesmo tempo, uma paisagem sempre por preencher. Acontece quando o blogger atravessa constantemente outras escritas, outros espaços, outras vias. E quando regressa ao coração da sua nova atmosfera pouco já parece restar, a não ser a formulação de uma questão (ou de um augúrio imponderável): Que escrever? “Que usar aqui?” Que reservar ainda para este hemisfério, onde as palavras são faces não menos provisórias do que os próprios posts? Estamos, neste caso, nos antípodas da “branquíssima” sacralização de Mallarmé. Ou seja: ao contrário de um espaço religioso e sincopado por habitar, o esgotamento das escritas convoca muitas vezes a avidez, a compulsão e o constragimento criativos. Podendo gerar resultados únicos, já agora.