quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Ota

"Não é o ideal, mas é o melhor que temos" - Esta frase de Mário Lino, ministro das obras públicas, sintetiza e metaforiza como nenhuma outra a ligeireza e o espírito de fuga para a frente que herdamos dos tempos de Cravinho e Elisa Ferreira (1999/2000) e, também, de Durão Barroso (2002/2004).
Sem estudos, sem avaliações sérias conhecidas e sem inserção numa visão mais ampla dos desafios que o país carece, a Ota não é uma mera Expo: é sobretudo um entreposto frágil, casuístico e algo obscuro para grandes investimentos (sabendo-se que a intenção do governo é transformar os "riscos" em matéria aparentemente alheia ao estado, embora, como é óbvio, seja nele que acabarão por recair todas as garantias...).
Ao fim e ao cabo, os impostos dos portugueses vão transformar-se numa espécie de garantia bancária para um jogo sem contornos precisos, sem finalidades evidentes e sem necessidade comprovada. Porquê?