quarta-feira, 11 de maio de 2005

Universidades

Jorge Sampaio quer avaliações externas nas universidades. Muito bem. Algumas até já existem e muitas vezes são verdadeiramente ludibriadas por encenações paroquiais (sei do que falo). Uma medida corajosa (mas impossível, eu sei) por parte do estado era passar todas as universidades e todos os politécnicos a “escolas (públicas ou privadas) de formação contínua”, com excepção de cinco ou seis que merecessem, de facto, ser universidade (acredito que, por puro vaticínio intuitivo, ficariam umas quatro em Lisboa, umas duas no Porto, uma em Coimbra, outra em Braga e mais uma em Aveiro, provavelmente). Já aqui escrevi, há uns meses que, durante o Estado Novo, qualquer cidade portuguesa se orgulhava de ter um bom Palácio de Justiça, um Liceu, uma Escola Industrial e um arruinado Teatro Municipal belle époque, ou outro. Nos últimos anos, essas categorias modificaram-se. Agora, qualquer cidade só fica contente se tiver um ou dois hipermercados, um parque urbano à “Polis” e uma casa muito grande localizada no centro onde uma placa ostente a palavra “Universidade” (mesmo que aí apenas se pratique fitness, se jogue monopólio ou se ouçam CDs de manhã à noite).