terça-feira, 26 de abril de 2005

Respirar fundo

Regressei à base, após três dias de incursão pelos interiores a norte do nosso pequeno país. O Douro de socalcos ainda a germinar, as macieiras em flor na estrada de Penela, o vale do Côa, a excelente Penedono ou a terra de D. Magriço, os castanheiros de Sátão, a memória e o brilho dos anfitriões de Paredes da Beira, o sabor divino dos míscaros e as vistas magníficas do castelo de Trancoso, a confusão da Régua, a placidez de Lamego, a depuração sóbria do Grão Vasco viseense, a vertigem de São Salvador do Mundo junto a S. João da Pesqueira, o recolhimento das proporções em Marialva, o uivo dos lobos na Soutosa de Aquilino, as alheiras da Torre de Moncorvo, o passeio de barco a leste do Pinhão, os foguetes na noite fria dos céus de Moimenta, a serenidade das margens no Pocinho, o fim da tarde de Celorico e as novas auto-estradas a sul da Guarda que fazem de antigos pesadelos um regresso célere (embora com os perigos da indigente, indígena e lusitana fúria).