segunda-feira, 7 de março de 2005

Violência

A remoção de imagens na catedral de Utreque marcou-me imenso. Mas quando um dia entrei na imensa AyaSofya, em Istambul, senti o mesmo estremecimento. Na Holanda ou na Turquia, uma idêntica voragem terá cruzado a história. E, num belo dia, eis que essa voragem de terror se pôs a apagar e a remover memórias passadas. Hitler, Mao, Estaline ou os mongóis no coração da Bagdade abássida disputaram taco a taco a mesma tara, o mesmo enigmático e violento desígnio.
E, hoje, na arena civilizada da democracia portuguesa, como é possível que um simples gesto de remoção e envio pelo correio possa, de algum modo, lembrar toda esta bizarra genealogia de factos?