terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Inédito

Nunca me tinha acontecido. Até porque já tenho partido de notas, de cruzamento de textos embrionários, ou até de rascunhos sem qualquer sentido. Às vezes, de nada. Mas partir de uma peça de teatro, isso nunca tinha acontecido. Escrevi-a há quase três anos e meio e, até agora, apenas foi motivo de uma leitura em sítio respeitável, embora pouco conhecido (uma possível encenação, aliás muito interessante, chegou a andar em negociações avançadas no início do Verão de 2003). E não é que agora estou a partir desse texto dramático na direcção de uma narrativa!?
O fulgor inicial projecta a coisa em romance. Vamos ver. Para já, as personagens estão a responder, é só simpatia, é só compreensão, diálogo frutuoso e tudo parece encaminhar-se para um desafio maior. A ossatura do texto já está a robustecer, a tonificar, a ampliar-se. Fevereiro é sempre um mês generoso para estas coisas. De um lado, as frequências e, do outro, uma única aula de mestrado; no reverso, fica diante dos meus olhos toda esta maresia muito calma em que o tempo se distende e promete evasões felizes.
Vou reiniciar mais um dia de trabalho. Até logo.