sábado, 15 de janeiro de 2005

Israel sempre na mira

O Público de hoje escreve na primeira página: "Sharon Fecha Gaza e Corta Relações com Governo Palestiniano!". As palavras surgem envolvidas, com grande destaque, em torno de uma imagem normalmente pouco fotogénica de Sharon. O objectivo pretendido passa de imediato: o mau da fita já deu cabo de tudo outra vez. O que não se diz - ou diz em letra pequena e sem realce significativo - é que o promissor processo de paz que agora parecia querer começar foi drástica e tragicamente interrompido por um ataque terrorista adjuvado pelos habituais vídeos da cultura da morte (a que as televisões ocidentais continuam idiotamente a conferir o patológico estatuto de notícia). E eu pergunto: por que é tão indisfarçável este espírito anti-israelita que grassa em Portugal? Que tipo de branqueamento cultural profundo atravessa o país (e, já agora, grande parte da inteligência europeia)? Será realmente involuntária esta quase irresistível tentação dos jornalistas e de grande parte dos descendentes do que era dantes a figura do "intelectual"? Porquê estas truncagens que se sabe carecerem de objectividade e de verdade mínimas? Porquê?