sexta-feira, 22 de outubro de 2004

A surpresa da memória



A criação do Minitempo faz-me ver que sempre bloguei. Desde há bem mais de vinte anos que escrevo e preencho cadernos de lés a lés, independentemente da preocupação que incidisse na matéria plástico-literária. O desenterrar dos extractos de textos que tenho recortado desses antigos livros e cadernos está a criar uma espécie de deslumbramento no lado mais sombrio e menos precavido da minha memória. É como se um sol reaparecesse do fundo da noite do quotidiano. Um fio de seda a irromper lentamente pela gruta até à boca da "cisterna" do ser onde se pronuncia, ocasionalmente, o nome de Gauguin. Foi, de facto, uma boa ideia.