domingo, 8 de fevereiro de 2004

Asa Branca

Passei numa feira de discos e deixei-me ir. Em certo tipo de consumo somos invadidos por uma sacralização que apenas aspira à sincera devoração. Não se é capaz de parar. E os resultados são diversos. Para já, foi uma manhã cheia de música. E a MPB dos sixties, pura, ingénua e saudosa, a dominar claramente. A tecer a sua leveza e o seu nome ainda tão distante do hipermundo. É a arqueologia dos sentimentos. É um esboço de felicidade. E é a Asa Branca pela boca de Caetano Veloso numa versão que desconhecia: "Por falta de água perdi meu gado, morreu de sede meu alazão". "Adeus Rosinha, leva contigo meu coração". "E espero a chuva cair de novo para voltar ao meu sertão". "Quando o verde dos teus olhos olhar para a plantação, eu te asseguro chore não que eu voltarei meu coração".