sexta-feira, 24 de outubro de 2003

O Leviatã do PS

Imaginar uma cabala é saltar para um mundo onde se passa a crer numa espécie de Leviatã onde uma nuvem de homens vestidos de escuro manipula roldanas e manieta marionetas por forma a criar o teatro de sombras ideal que acabasse, um dia, por comprometer a imagem do PS perante tudo e todos.
Como pode o PS - que se filia na tradição do Iluminismo e que sempre terá perseguido a racionalidade da Res pública contra as tentações de diversas tiranias totalitárias (fazendo-se acompanhar dessa auto-imagem durante décadas) - viver desse devir metafísico que, no fundo, apenas acredita em alçapões inacessíveis de onde irradiaria uma mortal urdidura ?
Como pode o PS fundir o nexo de laços pessoais (legítimos, é certo) com uma atitude e uma acrobacia políticas que se demitem dos problemas da agenda quotidiana para apenas lucubrar sobre a "campanha" e sobre a grande e hipotética "trama" oriunda de bastidores obscuros e longínquos ?