quinta-feira, 25 de setembro de 2003

Jaap de Hoop, o nome da NATO

Leio um comentário (sempre interessante) no Dicionário do Diabo. Trata-se do novo senhor da NATO: Jaap de Hoop ( o "J" lê-se "I", o "H" é aspirado como em Kent e o ditongo"OO" lê-se como o "Ô” de avô, embora com um pequeno "U" fechado a dar-lhe o toque de quem fumou muito na vida). Ou seja, "IÁP de HOUP" é a junção de um nome próprio popularucho, pelo menos tanto como "Jan" (e em honadês a parábola do Zé Povinho diz-se "Jan Arbeider"), com o substantivo sempre crente na humanidade "Hoop"/Esperançaa. O Jaap de Hoop é nome de futuro, já se vê. Só que o nome próprio é tão vulgar que na minha "Antologia de la Poesia Neerlandesa" (bilingue, El Bardo, Barcelona, 1971), há vários Jans (Elburg, Hanloo, Leopold ou o mais conhecido Campert) e não há nenhum Jaap. Para compensar a pobreza que aparece associada a Jaap, dedico-lhe e traduzo para a lusa lí­ngua uma parte de um poema de um dos Jans (neste caso, Engelman):

Verde é o gongue
bate verde, verde som
verde é o gongue do mar

Voz que me arrua e canta
campos de água, língua de água
pulmão de cobre da enseada

Ânsia da minha alma cravada,
oh sonho de água, salpico de água
Sequestra-me, robusto gongue !

Bate o gongue, entra Jaap e boa sorte !