segunda-feira, 11 de agosto de 2003

Publicou Caetano da Contacorrente o seguinte texto, na tentativa, presumo eu, de desculpar Pedro Santana Lopes do fait-divers Machado de Assis, como se o caso se pudesse incluir num qualquer ringue direita-esquerda, ou como se o caso merecesse grandes comentários. Mas o argumento é, de facto, digno de ser lido:

"Eu também o faria. Primeiro porque nada impede que escrevamos a mortos para lhes agradecer o que fizeram em vivos. É aliás uma prática que se podia e devia enraízar na cultura portuguesa...por outro lado, não consta que pelo facto de os destinatários das nossas missivas estarem mortos isso implique necessariamente uma menor taxa de efectiva leitura das mesmas! Mas ainda há mais... quem conheça a obra de Machado de Assis (sobretudo as Memórias póstumas do Brás Cubas), sabe muito bem que a C.M.L. estava a corresponder-se com o Brás Cubas... Não percebo tanta borbulha infectada por causa de tão nobre agradecimento... Mas enfim...deve ser esta nossa maneira de se Ser que justifica a coisificação da obra dos mortos. Mas olhe..eu vou já rapar de papel e caneta para escrever ao Machado de Assis...creio que ele apreciará.
Abraço amigo!
Caetano"

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