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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Cerveja e literatura - 51

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À parte a ingenuidade da prosa, vale a pena ler este texto que faz química a papel químico com o vivido: braços que se tocam, canecas vulcânicas, lavabos de ouro e espuma sem fim. Para mais, tudo se passa numa noite única, no Colorado, e, no outro dia, já ela - a Sherry -, terá regressado cheia de saudades a Filadélfia. E claro, um bar como o “Abelha”, cheio de “abelhões” que se agarram à roupa - e sabe-se lá onde mais -, é coisa que se recomenda. Grande ventura, realmente, a da cerveja! Ora leia-se:
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“O Abelha, como era conhecido, estava muito concorrido e barulhento por volta da meia-noite. Beberam cervejas de caneca de litro e meio e a empregada atirou-lhe os abelhões da praxe, que se lhes agarraram à roupa. A uma da madrugada veio e foi, já tinham começado a afagar os braços um do outro enquanto conversavam, a falar e a rir em voz alta, e, idas aos lavabos à parte, Sherry estava convencida de que nunca se tinha divertido tanto na vida.”
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(George D. Shuman, 18 Segundos, tradução: Alice Rocha; Editorial Presença, Lisboa, 2006, p. 62)