LC
e
O sorriso do arquivo no tempo da rede
(hoje: António Quadros* - António M. Ferro, Org.)
O sorriso do arquivo no tempo da rede
(hoje: António Quadros* - António M. Ferro, Org.)
e
"(…)Importa sublinhar, antes de mais nada, que o mito implica uma fundamental distinção entre o sagrado e o profano.
O mito é uma imitatio dei, «uma imitação das desta divinas», na expressão de Mircea Eliade. Inserido no mundo profano, o homem não tem verdadeira realidade enquanto não consagra os momentos essenciais da sua existência ao mito que os fundamenta e sustenta. Diz ainda Mircea Eliade que «o homem sé se tornou um autêntico homem, conformando-se ao ensinamento dos mitos, quer dizer, imitando os deuses[1]». Há duas histórias: a sagrada e a humana, tal como há dois tempos: o mítico e o profano. Mas a história humana e o tempo profano só adquirem realidade quando subordinados à história sagrada e ao tempo mítico, que lhes conferem carácter de eternidade. Esse carácter de eternidade é precisamente o que o homem religioso procura para transcender a evanescência e a morte. Daí que o mito exija actualizações cíclicas: os ritos.
É indispensável neste ponto distinguir entre «essência do mito» e a sua «estrutura dinâmica e teleonómica», sempre unidas e complementares quando se trata de um verdadeiro mito, isto é, de um mito com raiz no sagrado e no numinoso. Adiantamos que a mitologia marxista ou materialista, exprimindo embora por transferência psicológica, a forma mais exterior do essencial mítico, só se identifica, no entanto, em plenitude, com a sua teleonomia. A sua dialéctica não é mais, efectivamente, do que uma substituição semântica; trata-se de um dinamismo teleonómico, em que as teses e as antíteses correspondem exactamente ao jogo de protecções e de obstáculos que encontra o herói mitológico na sua aventura sagrada, até se atingir, necessariamente, o cenário idílico da vitória dos deuses sobre os titãs, da fundação cosmogónica, da paz sem história, que constitui o «happy end» dos contos de fadas."
e
*«Poesia e Filosofia do Mito Sebastianista.
"(…)Importa sublinhar, antes de mais nada, que o mito implica uma fundamental distinção entre o sagrado e o profano.
O mito é uma imitatio dei, «uma imitação das desta divinas», na expressão de Mircea Eliade. Inserido no mundo profano, o homem não tem verdadeira realidade enquanto não consagra os momentos essenciais da sua existência ao mito que os fundamenta e sustenta. Diz ainda Mircea Eliade que «o homem sé se tornou um autêntico homem, conformando-se ao ensinamento dos mitos, quer dizer, imitando os deuses[1]». Há duas histórias: a sagrada e a humana, tal como há dois tempos: o mítico e o profano. Mas a história humana e o tempo profano só adquirem realidade quando subordinados à história sagrada e ao tempo mítico, que lhes conferem carácter de eternidade. Esse carácter de eternidade é precisamente o que o homem religioso procura para transcender a evanescência e a morte. Daí que o mito exija actualizações cíclicas: os ritos.
É indispensável neste ponto distinguir entre «essência do mito» e a sua «estrutura dinâmica e teleonómica», sempre unidas e complementares quando se trata de um verdadeiro mito, isto é, de um mito com raiz no sagrado e no numinoso. Adiantamos que a mitologia marxista ou materialista, exprimindo embora por transferência psicológica, a forma mais exterior do essencial mítico, só se identifica, no entanto, em plenitude, com a sua teleonomia. A sua dialéctica não é mais, efectivamente, do que uma substituição semântica; trata-se de um dinamismo teleonómico, em que as teses e as antíteses correspondem exactamente ao jogo de protecções e de obstáculos que encontra o herói mitológico na sua aventura sagrada, até se atingir, necessariamente, o cenário idílico da vitória dos deuses sobre os titãs, da fundação cosmogónica, da paz sem história, que constitui o «happy end» dos contos de fadas."
e
*«Poesia e Filosofia do Mito Sebastianista.
e
[1] Mircea Eliade, «O Sagrado e o Profano (trad. Portuguesa), Lisboa, Livros do Brasil, s.d., p. 85
[1] Mircea Eliade, «O Sagrado e o Profano (trad. Portuguesa), Lisboa, Livros do Brasil, s.d., p. 85
e
Segundas - João Pereira Coutinho
Terças - Fernando Ilharco
Quartas - Viriato Soromenho Marques
Sextas - Paulo Tunhas
Sábados – António Quadros (António M. Ferro, Org.)
Terças - Fernando Ilharco
Quartas - Viriato Soromenho Marques
Sextas - Paulo Tunhas
Sábados – António Quadros (António M. Ferro, Org.)