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terça-feira, 29 de maio de 2007

A sociologia da barricada

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A chamada "Greve geral", termo lírico de evocação eisensteiniana, tem reatado com ênfase a categoria "trabalhadores", como se no nosso mundo existissem, separados por uma barricada irremissível, uns humilhados que "trabalhassem" (todos representados pelo sociólogo Carvalho da Silva) e uns seres monstruosos que nunca em tal terão pensado, porventura herdeiros da famosa caricatura do charuto e do chapéu de coco. Alheio a este tipo de neurose histórica que crê na liturgia das multidões enfurecidas, o país reage geralmente com algum humor. É a chamada terapia dos direitos. Serei o primeiro a defendê-los, como é natural, embora saiba que o dia me calhe muitíssimo mal por razões óbvias: as do trabalho, mais precisamente.