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terça-feira, 17 de abril de 2007

Bem-vindo!

e
Saúdo o regresso do Eduardo Prado Coelho às suas habituais crónicas do Público. A saúde é, sem hesitações, o nosso maior império. É bom ver de volta uma pena que não se exime à polémica e à defesa de pontos de vista, ao arrepio dos caminhos da moda que velam pelo amolecimento (o óbvio pelo óbvio) e pela ambiguidade retórica, evitando quase sempre expressar um pensamento próprio. Cada vez há mais crónicas avulsas, feitas com plasticina bem falante e sem a cerviz da palavra.
Dito isto, passemos à apetitosa dança da discórdia. Eduardo Prado Coelho entra em força, nesta sua nova fase de cronista, a defender a chancela da (cito) "gente da ciência, da tecnologia, da cultura ou do espectáculo" contra a presença, num programa de Judite de Sousa (RTP1), de pessoas como Tony Carreira e Valentim Loureiro. Como se o "serviço público" fosse uma arena exclusiva das pessoas de quem se gosta e não de todas. Ó Eduardo! Então... vamos sacralizar actividades e rostos da "cultura" em detrimento dos heróis e símbolos - que eu também não aprecio em termos pessoais - de públicos inequivocamente vastos? Essa democracia... essa democracia!