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quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Mini-entrevistas - 43

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O Miniscente continua a publicar uma série de entrevistas acerca da blogosfera e dos seus impactos na vida específica dos próprios entrevistados. Hoje a convidada é Susana Santos, Chefe do Departamento de Relações Externas do El Corte Ingés em Portugal.
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- O que é que lhe diz a palavra “blogosfera”?
Diz-me que há por aí um mundo virtual inteiro que me passa ao lado. Diz-me também que devemos descobri-lo antes que os que nele habitam nos descubram a nós. O descobridor é, também, por definição e deformação histórica, um conquistador e, se assim for, felizes daqueles que dominam esse admirável mundo paralelo.
- Seguiu algum acontecimento nacional ou internacional através de blogues?
Acontecimento propriamente dito não, mas procurei seguir as opiniões que se formaram nalguns blogues acerca desses acontecimentos. Procuro sobretudo aceder às opiniões escritas “a quente”, aos desabafos, às dúvidas dos escritores de blogues, de modo a sentir os impactos que geram determinados factos, sejam políticos, sejam sociais ou culturais.
- Qual foi o maior impacto que os blogues tiveram na sua vida pessoal?
Não falaria em impacto, mas antes em mudança lenta e, sobretudo, bem mais lenta do que o aconselhável (como é já reduzido o termo "lento". Chegou a ter séculos e agora já só tem um par de anos!). Tratando-se de uma realidade que, em Portugal, não terá mais do que três a quatro anos enquanto fenómeno generalizado, confesso que só ao longo dos últimos dois anos tomei consciência da sua importância e, sobretudo, das dúvidas por ele suscitadas, já de ordem ética, já de orientação profissional.
- Acredita que a blogosfera é uma forma de expressão editorialmente livre?
A expressão “editorialmente livre” parece indiciar a ausência de quaisquer peias ou critérios editoriais susceptíveis de censurar os conteúdos, pelo que, deste ponto de vista limitado, diria que sim, que é editorialmente livre. Contudo, tratando-se de uma forma de expressão e de comunicação tão extraordinariamente individualista e, portanto, dissemelhante, tantas vezes pouco informada e, na maioria das vezes simplista, é difícil qualificá-la como reduto da liberdade de expressão. Diria que contém a singular particularidade de o ser e de o negar, conforme tenha ou não a capacidade de serem livres os seus autores e, sobretudo, os seus leitores.
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Nos posts de baixo: entrevistas a Carlos Zorrinho, Jorge Reis-Sá, Nuno Magalhães, José Luís Peixoto, Carlos Pinto Coelho, José Quintela, Reginaldo de Almeida, Filipa Abecassis, Pedro Baganha, Hans van Wetering, Milton Ribeiro, José Alexandre Ramos, Paulo Tunhas, António Nunes Pereira, Fernando Negrão, Emanuel Vitorino, António M. Ferro, Francisco Curate, Ivone Ferreira, Luís Graça, Manuel Pedro Ferreira, Maria Augusta Babo, Luís Carloto Marques, Eduardo Côrte-real, Lúcia Encarnação, Paulo José Miranda, João Nasi Pereira, Susana Silva Leite, Isabel Rodrigues, Carlos Vilarinho, Cris Passinato, Fernanda Barrocas, Helena Roque, Maria Gabriela Rocha, Onésimo Almeida, Patrícia Gomes da Silva, José Carlos Abrantes, Paulo Pandjiarjian, Marcelo Bonvicino, Maria João Baltazar e Jorge Palinhos. Amanhã: Miguel Martins, jornalista.